Série prematuridade

O apoio à saúde da gestante

No segundo capítulo da série prematuridade, o Diário Popular discute o papel das políticas públicas e programas sociais na busca por índices menores de prematuros e redução da mortalidade infantil

Fotos: Jerônimo Gonzalez

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Uma cidade, um estado e um país com um baixo número de prematuros é, por consequência, um local com taxas de mortalidade infantil bem menores, que por sua vez indica o nível da qualidade de vida e a eficácia dos serviços públicos em garantirem saúde à população. Estimular as gestantes ao pré-natal e oferecer acompanhamento tanto para esta mulher quanto para o bebê é o foco de diversas políticas públicas e programas sociais, como o Primeira Infância Melhor (PIM), a principal ferramenta gaúcha que garante assistência às gestantes e às crianças até os quatro anos e se apresenta como um dos mais importantes aliados na busca pela diminuição dos partos prematuros.

A palavra de ordem é conscientização. Através de visitas domiciliares semanais, monitores dialogam, tiram dúvidas, estimulam e acompanham a situação de gestantes e crianças em situação de risco e vulnerabilidade social. Alertar sobre a importância do pré-natal e ter um controle sobre as consultas desta grávida também faz parte da responsabilidade destes visitadores. Foi o caso de Janaína Soares. Quando a equipe do PIM a localizou, ela já estava grávida de seis meses da pequena Sofia, que já completa oito meses de vida. Moradora do Fragata, Janaína deslocava-se até a região central para realizar as consultas, porém com o auxílio dos monitores conseguiu transferir o acompanhamento para uma unidade de saúde do bairro. “A Sofia é minha segunda filha, e na gravidez anterior ainda não conhecia o programa. Sinto muita diferença de antes para agora. As coisas que a gente aprende, as coisas que temos que fazer”, diz. A Sofia também sente. Ela é estimulada, conforme orientações do Primeira Infância, a se desenvolver e trabalhar coordenação motora, noção espacial, além da criatividade através de brincadeiras.

Este é o papel dos visitadores. Pyetro Silveira, um dos trabalhadores da equipe de Pelotas, que acompanha Janaína e Sofia, leva para elas atividades e brinquedos capazes de estimularem a criança e também fortalecerem o vínculo mãe e filha. Durante este momento, o visitador aproveita para tirar dúvidas e também fazer um controle sobre os avanços, dificuldades e saúde do bebê, como vacinas, por exemplo. São visitas de cerca de 40 minutos, explica o monitor Marlon da Rosa, quando se divide o tempo entre mãe e criança. Hoje, são entre 25 e 30 famílias visitadas toda semana na cidade. Número que segue crescendo, já que as equipes seguem em busca de novas pessoas para o programa. O trabalho consiste em consultar o cadastro da prefeitura, busca por beneficiários do bolsa família e também o bater de porta em porta nos bairros em busca de gestantes e/ou crianças até quatro anos incompletos.

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A importância dos primeiros mil dias
Para João Figueiró, médico e presidente do Instituto Zero a Seis, o PIM se mostra como uma política extremamente relevante e modelo para outros estados pela capacidade de acesso à população e pelo reconhecimento da importância dos primeiros dias de vida de uma criança. “Este programa envolve saúde, educação, cultura, ajuda a reduzir e prevenir com precocidade problemas, além de orientar pais no desenvolvimento das crianças pequenas. Torço para que siga sendo aprimorado.”

Outro ganho, aponta Figueiró, é este estímulo trabalhado a partir das equipes nas crianças, essencial para um bom desenvolvimento de uma pessoa. O médico explica que dentro destes primeiros mil dias estão dos momentos de fundação, de alicerce para a formação e ter grupos focados nisto em famílias de situação de risco e vulnerabilidade social contribui para a diminuição das desigualdades e pode impactar até mesmo na redução da pobreza.

Além disto, a assistência quanto ao pré-natal é outro pilar de grande importância do programa. “Nosso país não está preparado para receber crianças prematuras. A maioria não é bem atendida. Daí a importância de ter pessoas voltadas a estimular as consultas, onde podem ser identificados fatores de risco e devidamente acompanhados para que a prematuridade possa, sempre que possível, ser evitada.”

PIM

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